quinta-feira, 26 de junho de 2025

ILUSÃO

Pelo visto nossa memória histórica continua muito mal, perdida em livros didáticos que são decorados para alguma prova e nada mais. Rapidamente todos esquecem os grandes genocídios que aconteceram e que eles só foram possíveis porque o silêncio de quem podia fazer algo gritou mais alto.

O exercício do poder nas suas mais diversas formas têm feito estragos cada vez maiores. Até escrever uma opinião pessoal e colocar num local que pode ser acessado gera um certo temor. É um risco, porque se alguém não gostar e for quem tem a espada na mão será um problema.

Enfim, melhor seguir em frente. Já bati nessa tecla diversas vezes e vou continuar. Nós ainda não nos reconhecemos como fazendo parte da mesma espécie. A espécie humana no seu todo tem direito a vida. Assim, lembro do tempo de escola. Tinha o colega que estava sempre batendo em alguém mais fraco por qualquer motivo. A motivação não ficava clara, bastava um olhar observador e sobrava. Até que um belo dia o mais forte da turma se incomoda com a situação. A motivação dele também não era muito clara, tinha algo que não ia bem. As vezes uma briga encolhia o recreio e isso ninguém queria.

Aí o mais forte numa briga dos outros dois, ia lá e batia nos dois, colocava cada um para cada lado. As vezes até dizia que estava de .... porque sempre eram os mesmos brigando e arrematava “vocês não têm coisa melhor para fazer?”.

Minha dúvida fica porque também existiam as situações onde a briga de dois acabava numa briga de dois grupos. Claro, algo como dois ou três para cada lado. Isso nunca terminava bem, era pior do que a ação do grandão.

Bem, homens e mulheres ainda não se reconhecem como sendo da mesma espécie e que é a espécie que se perpetua. Por isso temos todos esses exageros de guerras desnecessárias, porque poderíamos estar disputando sobre quem faz melhor para o maior conjunto de indivíduos. Nenhuma ditadura é a favor da maioria, ela sempre só protege um grupelho.

Fica então a questão para reflexão. Se o meu vizinho dissesse em alto e bom som para todos que quer me eliminar e fosse fazendo pequenos atos que indicassem sua intenção: dificultar minha saída da garage, jogar entulho próximo do meu portão, ficar fazendo carga e descarga de materiais de construção na calçada na frente de casa e outros mais... oque eu deveria fazer? Ficar de braços cruzados esperando a ajuda de alguém? Ir na polícia e entrar na fila dos casos de ameaça sem agressão física?

Lembrei agora. É como aquele caso do furto no estabelecimento. Depois que aconteceu e quem foi furtado comunicou num grupo de segurança da vizinhança outros descobrem que a mesma pessoa passou antes pelos estabelecimentos e que acharam estranho. Oras, quando achar estranho avisar os outros que você também achou estranho não fará mal e deixará o alerta ligado.

Ligando com o anterior, meus antepassados vieram fugindo da guerra. Minha avó contava que a mãe dela contava que mãe dela, avó da minha avó, dizia que eles não tinham mais saída. Faltava tudo, a pobreza era extrema e era preciso encontrar outro lugar para poder viver. Lutaram para estar aqui, porque qualquer lugar era hostil. Deixaram tudo e foram em frente. Sou muito grato pela dedicação e coragem que tiveram.

Guerras e outros ninguém quer. Porém, se continuam insistindo em querer varrer alguém do mapa, uma cultura inteira, então que se vá para a força maior, aquela que de fato fizer a diferença. Se hoje posso ler, ter escolhas, ir aonde quiser e outras liberdades individuais é porque lá atrás alguém pegou em armas e lutou contra a ditadura, a tirania. E se hoje ditadores, torturadores, aproveitadores do bem que outros produzem, que se usem as forças necessárias para contê-los para que lá frente outros possam continuar sendo livres.

Será tudo isso uma ilusão que estou vivendo?

segunda-feira, 2 de junho de 2025

PRECISAMOS PENSAR, FAZER USO DA RAZÃO

É o problema dos dias atuais, de querer tudo pronto sem nada fazer. Nas palavras de Miguel Lannes "A IA serve para te ajudar, mas não pode substituir o processo que forma sua mente. Se você só consome respostas prontas, você perde a habilidade de pensar por conta própria e de desenvolver seu pensamento crítico.". Penso que nem precisa mais adicionar o termo "crítico", porque nem se quer pensando para habilidades simples as pessoas estão querendo. 

Li um artigo sobre o uso da IA para cuidados pessoais e de beleza. Uma "avaliação honesta" da IA como os usuários dizem. Eles confiam na IA e seguem o receituário porque acreditam que ela é imparcial. Bem, isso é duvidoso, porque ela recomenda produtos. Esses produtos podem muito bem ser direcionados pelos fabricantes. A IA não questiona princípios e do porque querer agradar as outras pessoas a todo e qualquer preço.

Continuo usando a IA para pesquisa, aliás, através dela consegui encontrar em domínio público o livro Vidas e Doutrinas de filósofos ilustres de Diógens em inglês. Depois ela sugeriu uma boa tradução via tradução de site e ao mesmo tempo encontrou edição nova em papel e bem mais barata. 

Resultado, comprei a versão impressa e tenho uma versão pesquisável. Mas, a IA perguntou: Cláudio, você quer um resumo da obra? Aí digo que não porque quero eu mesmo ler, pesquisar e saber mais sobre os antigos filósofos. Ela responde: isso é positivo e se precisar encontrar alguma outra fonte que tenha encontrado nas referências estou pronta para ajudar a procurar.