Quando é que os clássicos da literatura ocidental não vão mais ser censurados e voltar a fazer parte do curriculum escolar? Vão dizer que é preciso leitura da atualidade? Tudo o que percebo é que se quer gerar confusão, aliás aprenderam todos, e digo todos os lados, com os russos. Foram eles que desenvolveram essa técnica. Quanto mais desinformação, confusão, melhor para seguir com algum plano sem que os outros percebam.
Nos dois anos de filosofia que cursei, tive disciplinas de teologia entremeadas. Uma delas era sobre o Antigo e Novo Testamento. Na época não tinha internet, e tivemos acesso a um clássico grego (estive procurando mas não encontrei, procurei até nos arquivos digitais do Vaticano) que levantava todas as questões morais bíblicas. Por quê? Era para mostrar como não tinha consistência ao longo dos séculos de compilação dos livros.
Voltei a ler os clássicos, comecei com os estóicos (tradução ótima), depois Cícero, depois Vidas e doutrinas de filósofos ilustres de Diógenes Laertius (fiquei feliz que uma editora republicou, custava R$ 400 a 600 e agora R$ 150, mesma tradução) e outros que com ajuda da IA consigo traduzir dos originais porque não tem em português.
Percebo que posso estar fora do tempo e do compasso. No entanto tenho inquietações, estava analisando uma questão com relação a Bahia. No últimos tempos ela passou 30 anos pelo carlismo (o toninho malvadeza como os paulistas chamavam) e agora já são 17 anos de PT. Bah tchê! Isso é uma geração e o que mudou?
Tenho uma vantagem de estar próximo das fronteiras. Toda fronteira normalmente é malcuidada. Por ser uma zona sujeita a conflitos, visto que a federal é de 100km e nós estamos dentro dela, sempre será uma região esquecida quando comparada a outros grandes centros do país.
Porém, existe a fronteira estadual e estive no festival de dança de São Lourenço. Duas apresentações tinham cunho militar. E elas me impressionaram justamente por saber analisar mais a fundo a questão. Mostravam mais de um ponto de vista, do tipo, olha, precisamos por essa e aquela razão, porém, se não ficarmos atentos teremos o que não queremos e o que não servirá para nossa sociedade.
Isso remete a um pensamento estoico que li dias atrás, não sou bom de memória, era algo relacionado com aquilo que precisa ser feito para o bem, para o bom uso da razão e viver de acordo com a natureza. Será que não precisamos pensar no que é bom para todos?
Antes que esqueça de fechar o ponto das fronteiras. A fronteira estadual do lado de lá está bem desenvolvida e com uma programação cultural invejável. Interessante é que é no mesmo estado onde em outro município querem que o livro “Capitães de areia” tenha censura. Qual censura? Quem será o iluminado? Será nos mesmos moldes dos que censuram a literatura clássica ocidental?
O lado de cá da fronteira estadual também é bem desenvolvido. Será que os dois lados estão apontando um novo entendimento? Diversidade nas fronteiras? Estar aberto para diversas visões e não somente uma e única?
O livre pensar de hoje termina aqui, importa não perder a curiosidade da criança que habita nosso ser.