quinta-feira, 24 de abril de 2025

NOVA PRÁTICA

 Tenho por prática estoica fazer alguma leitura e escrever algum comentário atualizado para o dia a dia atual. Porém, hoje resolvi fazer diferente. Escolho um citação pela manhã e durante o diante várias vezes volto para ler e pensar. Tem sido interessante.

Citação de hoje: "O fim pode ser definido como a vida de acordo com a natureza ou, em outras palavras, de acordo com nossa própria natureza humana, bem como a do universo." – Zenão de Cítio (Vidas e Opiniões de Eminentes Filósofos, de Diógenes Laércio).

Num primeiro momento pareceu fácil. Fui caminhando para a academia e pensando. Várias situações no trânsito colocando em risco a vida das pessoas. Seria essa a nossa natureza? Ser assim e pronto, acabou. De acordo com o universo, mais complicado. Um meteoro vem em direção a terra e pode acabar com tudo. Muito para pensar.

Horas depois, outras ideias. Viver de acordo com nossa própria natureza humana, bem como a do universo. O que seria? Penso nisso porque somos divididos o tempo todo entre isso e aquilo. Escolhas a todo momento. Isso é bem complexo e muitas coisas mudam de acordo com a cultura, a geografia do lugar, o arranjo social e outros.

E mais um tempo depois. Pode ser um viver resiliente. Nem se desesperar com a dor e o fim, e também não ficar eufórico em demasia nas situações boas. O uso da razão, nós criamos as regras, nós pensamos, nós depreendemos, nós sabemos que vamos morrer um dia. Então o outro deve poder ter a mesma condição de viver assim. Tudo o que está fora é sem controle, minha vontade, meu julgamento, minha atitude é que fazem a diferença.

domingo, 13 de abril de 2025

O PODER PELO PIOR

O poder pelo pior
(Cláudio Loes) 

Lembro de um tempo em que ascender na política era sinônimo de fazer o melhor para a população como um todo para ser visto e lembrado. Você sabia que se o partido A assumisse ele iria ter algumas tendências, atuar mais na educação e na saúde em detrimento de outra. Se outro ganhasse iria mais para infraestrutura, e assim por diante.

O tempo passou e a galope. Na atualidade a imensa maioria que está na política é politiqueiro, trabalha a seu favor e dos seus “protegidos”. A população será a desculpa para esta ou aquela obra. Se a qualidade é boa ou não, isso não importa. Uma reforma daqui a pouco é mais uma chance para os cifrões brilharem no “caixa”.

Teremos alguma chance de mudança. Observa-se isso nos mais diversos níveis e sociedades que conhecemos. Disputar e ficar com tudo é o normal. Teremos alguma chance de mudança?
Se não mudarmos vamos perder nossa essência, porque ela terá como valores a corrupção aberta e escancarada ou mesmo velada. Por que ser bom se nada retorna? A perda será enorme, sabemos que os ciclos são assim mesmo, o duro é ter que vivê-los dia após dia.

segunda-feira, 7 de abril de 2025

AMIZADES
(Cláudio Loes)

Amizades antigas nunca se perdem, são como vinho, ficam sempre melhores, mesmo quando esquecidas na correria do dia a dia.

 NÃO RECONHECI
(Cláudio Loes)

Sempre tenho no bolso cartões poéticos e distribuo por aí. Acredito que é feliz quem lê um poema, mesmo que não seja lá aquelas coisas. Sou só um rabiscador de versos. Aspirante a auxiliar de faxineiro de poeta.

Numa dessas aconteceu o seguinte, dei o cartão com o poema e a mulher divulgou nas redes sociais. Agradeci como de costume, porque é difícil ser divulgado por aí e principalmente ser lido por mais pessoas a partir de um único cartão poético.

Bem, a piada foi a seguinte. Eu não conseguia lembrar quem era. Onde foi que nos encontramos.

Aí usei o recurso de pedir para alguém, mostrar a fotografia dela na rede social. Deu certo descobri quem era.

O que poderia fazer? Quando encontrei ela novamente, antes de chegar perto ela disse: bom dia Cláudio. Fiquei até sem graça e tive que me desculpar por não ter associado a pessoa da postagem com a pessoa que encontro várias vezes na semana.

Ela educadamente disse algo mais ou menos assim, não se preocupe, lá eu estava de maquiagem, cabelo penteado; aqui quando chego estou toda amassada com cara de sono e quando saio estou com cara de cansada de quem fez muito exercício.

Concordei com ela, só não disse para ela que acho ela mais simpática e querida quando está de cara amassada ou cansada. Isso porque essa é a nossa realidade. Particularmente gosto das pessoas reais, que são gente e não uma ilusão passageira de uma rede social.


sexta-feira, 4 de abril de 2025

CADA UM COM SEUS GOSTOS
(Cláudio Loes)

A cena é real e eu mesmo fico vendo a imagem de tempos em tempos.

Estava indo para a academia e na minha frente iam três pessoas, um casal mais velho e uma moça. Poderia supor que eram pai e mãe e filha.

Minha distância era curta e repentinamente o “pai”, vou manter minha suposição para facilitar, desvia e vai em direção a lixeira de uma casa e pega uma lata de alumínio de cerveja. A lata não é suposição, eu estava bem perto.

Ao mesmo tempo a mãe para um pouco a frente e olha para o nada, como quem espera o fim de um acontecimento esquisito.

A filha segue um pouco a frente e para na frente da porta de vidro da loja, saca o celular, faz pose para ressaltar suas belas curvas e tira fotografias. Deu para ver que o celular tinha 4 lentes, sofisticado.

O pai amassa a primeira lata e observa que tem outra, vai lá e pega e amassa. Encontra mais outra e amassa. Por fim, pega as latas segura na mão e seguem em frente os três. 

Sou meio tonto, mas tudo ali não fazia sentido. Aí lembrei do pai de uma amiga que parava na rodovia e via uma porca de parafuso, ia lá pegava e levava para casa.

Enfim, manias todos temos. Eu gosto de madeira em bueiro, e você, prefere o que?


quinta-feira, 3 de abril de 2025

UM DIA DIFERENTE
(Cláudio Loes)

 Ela vinha lá longe toda linda e bela com passo cadenciado para ressaltar toda beleza.

Quando chegou mais perto, fez ar de difícil. Ficou séria, cara de exibida, do tipo sou melhor e você não me merece, nem se quer para olhar.

Nesse instante de passagem, pisou na bosta do cavalo que defecou em plena calçada da avenida principal da cidade. Um sem educação que reclama do coco de cachorro esqueceu de recolher o coco do seu cavalo.

Ele deu um bom dia com educação e queria avisar que o tênis da bela, formosa e cheirosa estava adornado com bosta de cavalo, ou poderia ser uma égua.

Porém, a vida é assim. Duas pessoas que se encontram e precisam evoluir muito ainda.

Uma para saber que um bom-dia nem sempre tem segundas intenções malévolas. E o outro além de ser um sem noção, deveria recolher a bosta do seu cavalo para não ser mais um bosta andando por aí.

terça-feira, 1 de abril de 2025

DIA DA MENTIRA
(Cláudio Loes)

Já nem lembrava mais e fico pensando se é por estarmos nos últimos tempos rodeados por tanta mentira.

Existe essa questão da não verdade, não ser verdadeiro, que me intriga cada vez mais. Por um lado, existe a busca incessante por sucesso agora e por outro todos cobram se está vendendo, se deu certo e tantos outros resultados.

Sabe-se desde a antiguidade que tudo depende de esforço e dedicação, os resultados sempre vêm, porém os tempos não são iguais para tudo e todos.

Enfim, querendo tudo para ontem e não conseguindo, a saída é mentir, tentar enganar, ludibriar.

Tem candidato que em toda eleição promete mesa farta, tem um que até exagerou e saiu logo dizendo que deveria ter picanha. Os veganos não devem ter gostado, mas também não tem com o que se preocupar. Era só uma “promessa”, uma mentira de campanha.

Nos serviços também acontece. Quantas vezes tivemos um prazo prometido, possível e nada. Observei que nas encomendas de compras pela internet os prazos de entrega começaram a aumentar. Acabam sempre chegando antes e me pergunto se estariam mentindo ou se protegendo de um atraso fora do normal. Porque se tivessem prometido um prazo e desse errado também poderiam estar mentindo.

Para muitas pessoas a mentira virou prática do dia a dia que nem sabem mais separá-la da verdade. A mentira se incorporou a tal ponto que é um novo normal. Observo isso nas compras, vou vejo um produto, pergunto o preço. Se ele está de acordo pelo meu julgamento, compro e tudo bem. Se acho caro, e desisto de comprar, aí a pessoa vem com desconto. Ela estava mentindo ou sendo esperta? E poderia ser a mentira do sujeito com dinheiro contado e diz que só compra se for naquele valor.

Vale pensar sobre a mentira e sua prática. Refletir sobre o uso que fazemos da mentira. E principalmente analisar a mentira maior, aquela das boas, quando mentimos para nós mesmos para nos sentirmos bem e escaparmos da dureza da realidade que a vida nos impõe.