NÃO RECONHECI
(Cláudio Loes)
Sempre tenho no bolso cartões poéticos e distribuo por aí. Acredito que é feliz quem lê um poema, mesmo que não seja lá aquelas coisas. Sou só um rabiscador de versos. Aspirante a auxiliar de faxineiro de poeta.
Numa dessas aconteceu o seguinte, dei o cartão com o poema e a mulher divulgou nas redes sociais. Agradeci como de costume, porque é difícil ser divulgado por aí e principalmente ser lido por mais pessoas a partir de um único cartão poético.
Bem, a piada foi a seguinte. Eu não conseguia lembrar quem era. Onde foi que nos encontramos.
Aí usei o recurso de pedir para alguém, mostrar a fotografia dela na rede social. Deu certo descobri quem era.
O que poderia fazer? Quando encontrei ela novamente, antes de chegar perto ela disse: bom dia Cláudio. Fiquei até sem graça e tive que me desculpar por não ter associado a pessoa da postagem com a pessoa que encontro várias vezes na semana.
Ela educadamente disse algo mais ou menos assim, não se preocupe, lá eu estava de maquiagem, cabelo penteado; aqui quando chego estou toda amassada com cara de sono e quando saio estou com cara de cansada de quem fez muito exercício.
Concordei com ela, só não disse para ela que acho ela mais simpática e querida quando está de cara amassada ou cansada. Isso porque essa é a nossa realidade. Particularmente gosto das pessoas reais, que são gente e não uma ilusão passageira de uma rede social.
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